Ter uma lojinha de bolos caseiros, trabalhar com o que gosta, ganhar dinheiro, ter horários flexíveis, tempo de sobra para os filhotes, ginástica, compras, amigos, família, marido. Não é um sonho? Sim, é! Contudo a realidade as vezes pode ser bem diferente.
Ninguém disse que seria fácil. Muito pelo contrário! Os dados desencorajam. 45% das microempresas brasileiras fecham as portas nos dois primeiros anos. Ser empresário no Brasil não é “bolinho”. Impostos altíssimos, burocracia, mão de obra despreparada e desinteressada, custos altos de insumos e propaganda. Mas mesmo assim somos um dos povos mais empreendedores do mundo. O perfil do brasileiro é marcado por ousadia. Somos preparados para arriscar, temos criatividade de sobra e muitas vezes a necessidade dá o pontapé inicial.
E apesar de tudo que anda acontecendo no nosso país: eu sou sim brasileira e não desisto NUNCA! E perseverança é a grande qualidade do empreendedor brasileiro. Contudo é preciso cautela. Muitos sonham com o negócio próprio pensando em trabalhar menos. Mas isto quase nunca acontece. Outro ponto que tenho observado é o número cada vez maior de mães se tornando empreendedoras. Não tem jeito, mãe que é mãe quer estar perto da cria. E uma grande vantagem de ser dona do próprio “nariz” é a flexibilidade de horários. Provavelmente vocë irá trabalhar muito mais, por outro lado irá conseguir passar mais tempo com seu filho quando ele estiver acordado. Ou seja, a coitada aqui quase não dorme. Crianças dormindo é hora de voltar ao batente.
Entre dores e delícias, listei abaixo questões importantes para reflexão. Você que está pensando em mandar o chefe para o Alasca e montar uma barraquinha na 25 de marco, dê uma lida antes.
Bons motivos para de ter um negócio próprio:
1) Ele é todo seu. E isto é demais. Você decide, você manda e desmanda. Não gostou tira, teve a ideia arrisca. Não precisa aprovar na diretoria, não é necessário convencer o superior. Tudo fica com a sua cara. Do seu jeito. Se tudo ficar lindo e for um sucesso o mérito é todo seu.
2) Qualidade de vida e flexibilidade. Flexibilidade é a segunda grande questão de ser seu próprio patrão. Você não precisa ficar sentando em frente ao computador caçando mosca se não tiver realmente trabalho. Sai a hora que quer e entra a hora que quer. Se não tiver nada para fazer e quiser ir ao cinema no meio da tarde pode (mas é bem difícil que isto aconteça). A qualidade de vida vem com o tempo e provém principalmente do prazer em trabalhar com o que gostamos.
3) Você escolhe funcionários e parceiros. Não tem que suportar colega mala. Só faz negócio com pares que partilham das mesmas ideias que as suas.
4) Você aprende a todo instante. Não existe zona de conforto. Você jamais vai conquistar um patamar em que poderá deitar em berço esplêndido. Qualificação, renovação, dedicação sempre serão requisitadas.
5) A possibilidade de realizar algo. Criar e executar um projeto seu dá muita satisfação e orgulho. Um bálsamo para auto estima.
Mas a realidade é que realmente nem tudo são flores. Senão, provavelmente todo mundo abriria a sua “lojinha” e ninguém se subordinaria a ninguém.
Motivos para colocar na balança antes de se arriscar neste universo:
1) O primeiro grande motivo para levar em consideração é que o negócio é todo seu. A maior vantagem é também a maior desvantagem. Sendo tudo seu, qualquer erro grave, que por ventura levar ao fracasso, a culpa sera só sua. Vai perder o sono, ficar preocupado, ter que arcar com erros de todos os funcionários. Não dá mais para jogar a caneta e deixar o trabalho em casa. O trabalho “gruda” em você.
2) Enfim, ser dono do negócio não significa trabalhar menos. É exatamente o oposto. Principalmente no inicio (primeiros 10 anos… risos). Não existirá final de semana, feriado ou final de expediente. Você pode até decidir deixar para depois mas é seu bolso que vai esvaziar, sua marca que vai ficar para trás, seu sucesso que vai ser adiado. E como muitos falavam nos descobrimos “chefes” mais exigentes e carrascos conoscos do que qualquer outro que tenha passado por nossas vidas.
3) Tirar férias e se ausentar por muito tempo fica muito mais dificil. A não ser que você tenha um bom sócio para rodiziar.
4) Todo mundo vai dar palpite e vai ter uma solução mágica para todo e qualquer problema que sua empresa esteja enfrentando. Desde familiares, amigos até clientes. Secretamente todos imaginam que no seu lugar fariam muito melhor. Escute os bons conselhos, filter os maus e tenha em mente que a maioria das pessoas só quer mesmo é ajudar.
5) A grana fica curta por bom tempo. O começo é de vacas magras e, é preciso ter reservas para enfrentar e atravessar este período. Além de curacao forte para acompanhar a emoção dos altos e baixos.
E como diria Fernando Pessoa “tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Arrisque, persiga seus sonhos e boa sorte!